HOJE,
26/12/2013... MEU PAI FARIA 77 ANOS...
Neste
dia quente e abafado...
Tortura
de calor!
Do
sol queimado...
Um
pensar, um sentir...
Uma
lembrança de um partir...
Partir
que é como um corte...
Corte
profundo!
Corte
da morte!
Meu
pai, dia em que veio ao mundo...
Criancinha,
no litoral, sem céu da boca!
Dificuldade
até pra tomar o alimento santo, leite materno!
Meu
pai foi tirado dos seus, em sofrimento, faleceu, poucos dias...
Em
novembro morreu.
Em dezembro,
aniversário não viveu!
Vida
que se vai, doença que mata e faz sofrer...
Faz
sofrer e depois mata!
Tristeza,
saudade, falta...
Ó
vida, Ó realidade!
Tens
brisas e tempestades!
Prostituta
e santa...
Futuro?
É um
presente que chegará...
Fluirá...
Passará!
Eis
o sentir da dor e da perda.
Eis
o tempo que se vai.
Juntos vamos nele...
É um rio gigante em turbilhão...
É um rio gigante em turbilhão...
Tempo:
implacável e indecifrável tempo!
Meu
pai, meu pai.
Sonhei
contigo dias atrás!
Eu e
meu irmão, no sonho...
Conversando
sobre o senhor pai.
Senti
no sonho sua presença, te avistei.
Virei
um pouco o rosto no sonho e te vi.
Nitidamente
vi! Vi!
Meu
pai, perguntei:
Onde
tu estás pai?
Onde
tu estás pai?
Onde
tu estás pai?
ONDE
TU ESTÁS BENITO?!
Respondeste,
serenamente...
Ao
meu lado quase na minha frente.
Com
o olhar desviado do meu:
-
Eu não estou!
O
que foi isso?
Um
sonho!
Uma fabricação
de minha mente que mente para minha própria mente!
Reflexo
do que não acredito?
Do que
deveria acreditar?
Da
minha forma de pensar?
Não
sei!
Sei
que sonhei!
E o
sonho ajudou no meu pesar!
Um comentário:
Como não chorar ao ler sobre nosso pai...
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