sábado, 8 de agosto de 2015

PAI! SAUDADE PAI!

PAI! SAUDADE PAI! QUE SAUDADE...





Pai...
Pai, palavra de três letras que tantas coisas pode nos fazer lembrar, sentir, pensar!
Pai que saudade!
Há quase um ano você foi embora...

Logo depois de uma viagem...
Terra santa que amavas...
Para mim pai: terra da guerra, da falácia, da intolerância...
Neste mês de novembro... Sofrido, angustiante, definhando numa cama de hospital!

Sem falar!
Sem comer!
Sem reconhecer!
Sem respirar sozinho! Agulhas sem fim! Remédios! Fraldas! Alergias...

Dores...
Febre...
Seus ossinhos aparecendo...
Seus pés se retorcendo... Fezes e urina, sangue e feridas, frio e calor, suor, pavor...

Como gostaria de ver o senhor agora... Saudável, livre, sorridente...

Pai que saudade...
Difícil falar, difícil escrever, difícil lidar...
Saudade, vontade de voltar no tempo...
Pai que saudade...

Meu herói! Naquele dia... Ao realizar o que Deus não queria realizar...
Que numa tempestade que você pensava que era castigo divino...
Ficou sobre eu e meu irmão como o senhor escreveu pai:
“Igual um casco de tartaruga!”

Protegendo-nos na tempestade louca que destruíra nossa humilde casa!
Lá em Viamão, décadas atrás...
O telhado foi arrancado, tudo destruído! Deus irado!
Eu e meu irmão, doentes de sarampo, tempestade caindo, Deus com raiva pai...

Não entendo!
Mas sei que a tua fé pai era parte de ti, estava impregnada em ti!
Sua fé era seu sentido, sua bússola, sua vida...
Pai que saudade...

Teu olhar...
Pai que saudade!
Teu sorriso...
Pai que saudade!
Os debates...
Pai que saudade!
O senhor defendendo a fé...
Pai que saudade!
Seus testemunhos de fé...
Pai que saudade!
Suas orações que faziam tremer o mundo...
Pai que saudade!
Seu amor pela igreja...
Pai que saudade!
Sua humildade e firmeza diante dos lobos ladrões dos templos... Que se multiplicam ainda...
Pai que saudade!
Sua voz...
Pai que saudade!
Seu amor pela natureza, pelos animais, pelas plantas...
Pai que saudade!
Seu gosto de ver o noticiário, os problemas do mundo, o “repórter” como o senhor falava...
Pai que saudade!
Seu gosto, sua vontade de usar ternos, gravatas...
Pai que saudade!
Seu orgulho de carregar, levantar, manejar a “espada” a “palavra”...
Pai que saudade!
Seu mastigar de olhos fechados, saboreando uma galinha assada...
Pai que saudade!
Seu pedido com o dedo pra cima: “uma fanta laranja!”
Pai que saudade!
Sua condenação à bebida, ao beber álcool...
Pai que saudade!
Sua coragem de assumir que errou ao votar “naquele” e agora vota “neste”...
Pai que saudade!
Pai que saudade...
E, nestes dias ela aumenta...


Pai Benito que saudade!

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